sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Ex Machina

Um dos problemas em se comprar uma revista sem antes folhear ou ler uma sinopse e levar gato por lebre. Recentemente tive a oportunidade de pedir uma encomenda de quadrinhos a meu pai que viajava para N.Y., e na lista foi o primeiro e segundo tps do Ex Machina. A Wizard faz boa crítica a revista, assim como o site da loja onde compro online, a Midtown Comics e até mesmo o NY Times. Mas mesmo assim não foi o que esperava.

Como qualquer publicação da Wildstorm/DC, a qualidade é impecável. Papel couchet, desenho e cor excepcionais (como já é padrão nos estúdios de Jim Lee), o que falta é um pouco de consistência a história escrita por Brian K. Vaughan e desenhada por Tony Harris.

A encadernação traz os cinco primeiros números e um extra no final, com desenhos não usados, arte conceitual, etc. Eu realmente esperava mais, muito porque acho Y: The Last Man, outro título escrito por Vaughan uma das melhores séries dos últimos tempos. O conceito de uma pessoa com comunicação total com qualquer máquina e sendo o único heroi na terra é bastante interessante, mas não gostei do caminho em que a história foi conduzida.

Neste conto vemos Mitchell Hundred, engenheiro civíl e fã de quadrinhos, adquirir poderes que o permitem se comunicar com máquinas. Ele se torna um super-heroi, combate o crime e é visto com admiração por uns, dúvida e incerteza por outros. Sua carreira segue até o momento em que percebe que faria mais bem sendo o prefeito de Nova Iorque. E por ai vai. Contada usando e abusando de flash-backs, a narrativa por vezes apresenta elementos que não encaixam na trama atual (em determinada cena Mitchell vê sua mãe tomando banho, em outra ele se lembra de um arqui-inimigo). Se for lançado um Ex Machina – The Early Years, ai sim as coisas se encaixam. Se não foi mal planejado.

Pela arte e produção editorial, a revista leva nota 10. Pelo roteiro, dou um 6. A média fica em 8, que ainda acho alto, mas como é somente a primeira parte de o que parece ser uma série mensal, vamos esperar para ver se melhora. Quem quiser ler, a Wildstorm está disponibilizando em pdf o primeiro número gratuitamente.

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